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terça-feira, 7 de maio de 2013

Meu carro, meu herói - Meu carro é meu templo. Foi aqui que eu passei a mão nas coxas dela a primeira vez. Entenda, não foi a primeira mão numa coxa, mas nas dela. Foi aqui, depois de um cineminha maroto, que a gente se amassou e ela fez o melhor sexo oral desde que a gente começou a sair. Esse carro é meu parceiro. Se foi tudo com ela? Não. A rotatividade já foi alta, amigo. Só que uma hora a gente pára. Entre transas anunciadas no banco de trás e caronas safadas, já me levou pra muito lugar bom. E tirou de outras tantas furadas, afinal, não se vive só de vitórias. Carro parado com vidro embaçado, cuidado, é motel disfarçado. Nunca o usei pra impressionar. Vamos combinar, não tenho um Camaro Amarelo. Acredito, apenas, que seja muito melhor namorar motorizado do que a pé. Entrar de táxi no motel é até válido quando não há outra opção. Conheço até quem já tenha ido de ônibus, mas é muito melhor adentrar o estabelecimento (que vai vir na fatura do cartão de crédito como barbearia ou restaurante) no conforto do seu carro com insulfilme para proteger a identidade da parceira. Agora, com ela, o carro já tá servindo. Quem nunca se aproveitou do possante? Às vezes o dinheiro tá curto, o tempo é menor ainda e o que sobra é a velha tática de dirigir pra um lugar tranquilo, abrir as janelas e deixar o vento entrar. Tá, não precisa nem ser um lugar tranquilo. Depois você vai brincar de "eu nunca" e dizer que fez amor no estacionamento do shopping, na praia, numa rua deserta de um bairro residencial da sua cidade. Tudo dentro do carro. E é divertido. Tem os pequenos, que exigem acrobacias das meninas. Tem os com banco de couro, que deixam os caras pensando "não vai manchar meu banco!". Meu carro é importante. É meu herói. Esqueça, mesmo depois de tanto eu falar, no lado do sexo. Existem outros aspectos que me fazem agradecer não ter que ficar andando de ônibus, ainda que o bom e velho busão já tenha servido e muito. É eu abrir a porta, virar a chave no contato e conseguir fazer, na minha cabeça, o caminho até a casa dela. Ou até onde é preciso ir para que eu a veja. Com aquele par de olhos castanhos eu não preciso de mais nada. Pode ser na cama, na rua, na chuva, na fazenda, no elevador, na cama dela, no chuveiro, ou até mesmo no carro. Existe uma coisa melhor que o cheiro de carro novo, o cheiro do perfume dela ficando impregnado no banco entrando nos meus pulmões assim que eu entro no carro. Só não gosto da saudade. Essa parte dolorida eu queria poder pular. ( Gustavo Lacombe )


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