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terça-feira, 7 de maio de 2013

Certa vez, uma menina disse a um menino que acreditava no amor dos dois porque sabia que a felicidade dela estava nele. Não cobrava, nem ao menos, que ele a amasse de volta na mesma proporção, mas que fosse apenas sincero. Então, o menino, aproveitando de toda confiança que tinha, nunca mais tentou demonstrar o quanto que gostava dela. Foi deixando que a relação esfriasse, que o tempo acalmasse os dois, e a dúvida se instalasse na cabeça dela. Apesar de ama-lo, será que a recíproca existia? Um dia, cansada, ela não aguentou e disparou poucas e boas contra ele. Atônito, a primeira reação dele foi calar. O que dizer contra argumentos que para ela eram mais que verdadeiros? A certeza com que disse aquilo tudo não poderia ser demovida em minutos. Resolveu esperar. A deixou esperando mais um pouco. Quando certa de que ele não valia mais a pena na vida dela, eis que surge, em pé na sua porta, o amado. Não trazia um buquê de flores de desculpas, não carregava um anel de consolo, nem ao menos trazia uma carta. Nos seus olhos, além do brilho que lhe faltou durante um tempo, a menina enxergou verdade. Uma pequena dobradura que tirou do bolso, um origami em forma de coração, foi o jeito que encontrou de condensar seu amor e colocá-lo para fora. Não adiantaria falar. Nem demonstrar de maneira clichê. No simbólico gesto de entrega, não precisou nem ao menos repetir o "eu te amo" escrito no papel. Ela o abraçou e deu um beijo. Se aquele era o recomeço deles, pelo menos era com um belo pé direito. Ele reconheceu os erros, ela confessou a saudade, e os dois voltaram a se amar com vontade. ( Gustavo Lacombe - Textos, ideias e poesias )


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